"é o suco dessa iguaria, suco da barbatana de uma língua que cruzou os mares" - pois é caro Horacio Costa, mas aqui não é o Saramago...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Estávamos bem sem eles

O gosto pela educação já vem de há muito. Apesar da minha mãe ser professora, acredito que o gosto não seja genético.
Já há uns anos atrás, cansado de andar a assistir a notícias sobre a Fenprof na televisão, notícias que invariavelmente mostravam a oposição a todas as medidas que o Governo queria impor na educação e em conversa com a minha mãe, filiada na Fenprof, mostrei-lhe o meu desagrado o qual ela apoiou e inclusive, chegou-me a dizer que ia mesmo tratar da desfiliação, pois considerava que o trabalho desenvolvido por eles, era nulo, apenas protestavam, não apresentavam soluções e só pediam greves.

Ao ler a revista Sábado, desta semana e o seu editorial, vejo que tinha alguma razão e ainda bem que os meios de comunicação social dão-se conta do que se passa.

Vejamos hoje em dia a Fenprof mostra-se contra, as aulas de substituição, o ranking das escolas, a classificação dos docentes, os exames nacionais e a nova é, as provas de aferição. Ora, julgo que a única coisa que a Fenprof apoiaria seria uma redução de horas de trabalho e um aumento salarial.

Vejamos o seguinte, não vou discutir aqui, a importância ou não dos rankings das escolas, ficando esse assunto para um seguinte post. Mas a verdade é que, as provas de aferição são úteis, afinal vejamos, é a transição e preparação das crianças para futuras provas que terão que prestar e para uma vida de exigência e de permanente avaliação.

Hoje em dia para além de aprender, é preciso aprender com objectivos e a realização dessas mesmas provas, são o objectivo para as pequenas crianças.
A Fenprof tem medo das avaliações, tem medo que os professores e as escolas sejam responsabilizados pela falta de “saber” ou “conhecimento” das crianças, tem medo que seja atribuído a alguns professores notas negativas, como sabemos que muitos deles merecem.

A desculpa, não pode ser sempre a velhinha, “cada aluno está numa zona geográfica diferente e insere-se num contexto sócio-económico diferente”, aliás como a revista citada em cima, bem exemplifica. É preciso inovar, arriscar, trazer coisas novas às escolas, novos métodos de ensino, novos assuntos, no fundo, novas soluções.

No fim, tal como os alunos são premiados pelo seu trabalho, também os professores devem ser premiados ou não, podendo-se comparar e avaliar o seu trabalho. Só assim podemos evoluir.

By DonaBarbatana

2 comentários:

Anónimo disse...

Já não deixava comentário há bué!!!!!!!!!!!! Mas hoje não consegui evitá-lo.
De facto, este assunto é demasiado sério: os sindicatos são importantes, mas têm que desempenhar o seu papel com seriedade, com isenção, sem favoritismos, tratando os seus filiados e, por extensão, a classe que dizem defender, com amor... Sim, isso mesmo, o amor vê no outro algo ou alguém que deve cuidar, mas sabe dizer sim e sabe dizer não. Sabe ver o que o outro precisa, mas também reconhece os seus erros... Olha primeiro o outro e só depois olha para si, deixa que o outro suba e não procura subir à custa do outro...
Será que os sindicatos fazem isto?

Anónimo disse...

Meu caro amigo, pessoalmente julgo que os sindicatos têm um papel importantíssimo na sociedade, que não se deve desprezar.
A Fenprof, por ex, tem tido um papel muito relevante no desenvolvimento do ensino em Portugal, tendo sido um parceiro dos Governos, particularmente nos 6 anos de Guterres, em que tínhamos a secretária de estado da educação Ana Benavente. Na minha consideração foi um excelente período para o ensino em Portugal, comparativamente com anos anteriores, de que só me recordo de manifestações estudantis e outras que tais...

Ora, então o que é que aconteceu à FENPROF, se é que mudou alguma coisa?
Muito simples, a linha dura do PCP passou a controlar as estruturas a 100%. É tão simples quanto isto. Não tem nada a ver com a incapacidade dos sindicalistas, ou falta de ideias, etc.
É pura e simples política.
Alguém se lembra de ver na tv o coordenador da fenprof de Coimbra o Mário Nogueira há uns anos atrás, com o protagonismo que está a ter? Eu não...

Obviamente, nestas condições nunca teremos a fenprof com posições liberais, mas sim sempre uma hardline repleta de personagens kafkianas.

Resumindo, na minha opinião só há uma forma de isto mudar. É a larga maioria dos professores sindicalizados imporem-se nas estruturas, impedindo que estas sejam manietadas por um partido atrasado, conservador e reaccionista.

Declaração de interesses: não sou professor ;-)

mjorey