"é o suco dessa iguaria, suco da barbatana de uma língua que cruzou os mares" - pois é caro Horacio Costa, mas aqui não é o Saramago...

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Não aguento incompetência

Na passada sexta-feira o Ministério da Ciência e Ensino-Superior, em despacho, retirou o interesse público aos pólos de Lisboa e da Figueira da Foz da Universidade Internacional.

“Até que enfim!”, pode ser a opinião de uns, “porquê?”, pode ser a pergunta de outros, mas no geral temos que concordar que a decisão está bem tomada e só peca por tardia.
Já quando se falou na Un. Independente, relatos sobre a Internacional faziam prever este desfecho, mas descansem os encerramentos, não ficam por aqui e mais privadas seguirão este caminho.

O ensino privado vive uma grande crise. Actualmente conta com cerca de 80 mil alunos inscritos, o que mostra um grande decréscimo face aos últimos anos. Foi em 1986, após o encerramento da Universidade Livre e com a abertura, das Universidades Lusíada, Autónoma e Portucalense, que se dá início ao ensino privado em Portugal.

Passados 20 anos, dá se a grande revolução. Pela primeira vez, o ensino público tem mais alunos inscritos (286. 092), o que representa 75% da população estudantil portuguesa, diplomou 70% dos estudantes e nesse mesmo ano, inscreveram-se no ensino público 74% dos alunos.

Vejamos, a crise do ensino privado, não se baseiam apenas nas dificuldades económicas que o país atravessa, mas também em muitas casos, a credibilidade das instituições é posta em causa e com razão.

No caso a Un. Internacional, essa é umas das razões, à qual se junta, os professores com vencimentos em atraso, a preferência pelo facilitismo em vez da qualidade. Uma situação acompanhada pelos alunos, que eram obrigados a pagar as suas contas a tempo e horas.

Mais, gostava de saber a taxas de empregados desta instituição, sabendo que existem algumas empresas na Figueira da Foz, que ao ver um curriculum vitae de alguém da Universidade Internacional, este é posto de parte.

A Universidade já há algum tempo que tem vindo a sobreviver, graças aos alunos com mais de 23 anos. Se assim não fosse o número de alunos era insuficiente, tal como é o número de professores e o número de cursos. Desta forma, não restava outra opção senão, o retirar do estatuto de interesse público.

Não é um atentado contra a educação, pelo contrário. É zelar pelo ensino em Portugal e a sua reputação no estrangeiro. Devemos lutar contra a proliferação de instituições privadas, quando não dão condições satisfatórias a estudantes e docentes, devemos lutar contra um ensino facilitista.

Neste caso, apesar dos recursos possíveis de serem aplicados, não deve existir outra solução, a não ser o encerramento da instituição.
Resta cuidar de quem é mais importante agora, os estudantes. Estes sim, devem ser agora acompanhados, terem a sua situação regularizada e o caminho deve passar pela inscrição em outras instituições privadas, em Coimbra ou Aveiro ou claro, outra qualquer do país.

Última palavra para a Autarquia da Figueira da Foz: em menos de um ano, vê duas instituições de ensino superior encerrar as portas, numa cidade que se diz virada para o futuro. A Católica por opção própria, já não aceita inscrições e agora a “novela” Internacional.
É sabido que a Autarquia pouco apoio deu a ambas as instituições. Se tivesse existido um acompanhamento próprio e regular, a situação poderia não ser esta…

By Dona Barbatana

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo
Quero expressar-lhe o meu acordo com o exposto no seu ultimo post. Quero no entanto referir que na 5ª linha, deverá ter querido dizer "... seguirão...", na 7ª "...mostra..." e na 22ª "...já há algum...".
Pensando ter feito as correções necessárias, me despeço!!

José Carrancudo disse...

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo, as nossas melhores universidades públicas.

Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.