"é o suco dessa iguaria, suco da barbatana de uma língua que cruzou os mares" - pois é caro Horacio Costa, mas aqui não é o Saramago...

quinta-feira, 8 de março de 2007

O Homem certo no lugar Certo



O papel da Escola na sociedade de hoje, na formação das crianças e jovens, futuros cidadãos, é demasiado importante e inquestionável. Todos reconhecem a Escola como o pilar transmissor de conhecimentos e de saber. No entanto, a forma como estes conhecimentos e saberes são transmitidos ou a forma como a Escola interage com a sociedade é que deve ser questionada, no sentido de poder ser melhorada.

Quando se pensa em Escola ainda se lhe atribui um estigma de rigidez, controlo e disciplina que não acompanha a sociedade de hoje. Daí que os processos de aprendizagem informais dentro da instituição – Escola – devessem acontecer com frequência e serem aceites pelos agentes educativos.

O ensino de hoje centra-se no aluno. Muitos dos conhecimentos que o aluno adquire na escola, transporta-os para a sua vida, para o dia-a-dia. Devido a esta troca de saberes entre escola/sociedade e sociedade/escola não são só os professores e os agentes escolares que participam no processo educativo do aluno ou criança. Não podemos descurar o papel de outros agentes educativos como por exemplo os pais.

Entende-se, hoje, que as experiências de vida equivalem a anos de escola, dando-se importância aos processos de aprendizagem exteriores à escola. Mas a relação escola/sociedade ou vice-versa, faz com que a sociedade perceba a importância desta e lhe peça ajuda em caso de necessidade. Entende-se neste caso, a proposta feita pelo Instituto de Educação e Psicologia à Universidade do Minho, levando-a a criar a Licenciatura em Educação.

Mas, a meu ver, não chega criar Licenciaturas, não chega formar licenciados, como o texto refere, capazes de diagnosticar, gerar, propor, gerir, negociar, implementar ou avaliar projectos educativos. É preciso que a sociedade tenha conhecimento da sua existência, das suas competências e reconheça a necessidade de os utilizar, de os empregar.

Desde que se começou a falar na avaliação dos estabelecimentos de ensino públicos passámos a assistir a uma quase concorrência entre as Universidades, com uma constante publicidade às suas Licenciaturas, Mestrados ou Doutoramentos espalhada um pouco por toda a comunicação social.

Para além de formar alunos e de fazer publicidade aos seus cursos, as Faculdades devem fazer publicidade às capacidades dos seus alunos, às competências e conhecimentos que estes adquirem durante a Licenciatura.
Desta forma defendo que as Faculdades que ministram cursos de Ciências Sociais e Humanas devem implementar alguns modelos já usadas por Faculdades de Ciências ou Economia como por exemplo as Feiras de Emprego.

As Faculdades devem atrair empresas e futuros empregadores dos seus licenciados e mostrar-lhes as competências destes e como é que estes podem colmatar algumas falhas existentes no mercado.

É público o desconhecimento que existe em relação às Licenciaturas em Ciências da Educação ou Educação e é este desconhecimento que devemos combater. Não chega serem só os professores de cada Faculdade a reconhecerem as capacidades dos alunos que formam e as funções que estes podem desempenhar. É necessário que a sociedade em geral e os potenciais empregadores, em particular, tenham conhecimento da existência destas licenciaturas, dos seus planos curriculares e da mais-valia que os seus licenciados constituirão para as suas empresas.

Assim, seria muito mais simples para o empregador ao receber um curriculum de um licenciado desta área identificar as suas qualidades e competências, a fim de fazer uma escolha correcta: o homem certo no lugar certo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Completamente de acordo.
As faculdades deveriam abrir os cursos de acordo com as necessidades do mercado. É que há para aí cada curso que nem lembra ao diabo! mas pior do que isso é serem frequentados por alunos, pagos pelos pais a peso de ouro, para terminado o dito, ficarem no desemprego!!!!!!!!!!!!!!!!!
Na melhor das hipóteses se for rapariga poderá ser balconista, se for rapaz...