"é o suco dessa iguaria, suco da barbatana de uma língua que cruzou os mares" - pois é caro Horacio Costa, mas aqui não é o Saramago...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

O Vinho do Porto




Há cerca de três dias atrás, o meu caro “companheiro blogueiro” fez-me uma visita para almoço, infelizmente ou não, a iguaria não foi nenhum prato que ronde os 750 dólares, mas decerto, não saiu de minha casa de barriga vazia.
A propósito já lhe disse uma vez em conversa, “Olha que a razão de tanto almoços e jantares é só uma, isto é um investimento”, “Um dia quando o fores ministro, faço-te uma cobrança de tudo isto”.

Após o almoço resolvi abrir uma garrafa de vinho do Porto, que me tinham oferecido. Não quero que nada falta ao futuro ministro, não é?
A verdade é que ao abrir esta garrafa despertou-me o interesse para este tipo de vinho. O apreciador de vinho de mesa, vê-se hoje em dia, confrontado com inúmeras “marcas” de vinho disponíveis no mercado, que por vezes centra-se só neste tipo de vinho, deixando para outras alturas, a degustação quer de um bom vinho do Porto ou um outro tipo de licor generoso português.
A garrafa que se abriu é proveniente de uma unidade experimental – Quinta de Santa Bárbara – situada junto à Foz do rio Torto, no coração da Região Demarcada do Douro, próximo do Pinhão. Um tawny envelhecido em tonéis de madeira antiga e com uma cor, que gradualmente se aproxima do alourado.
A principal casta do Douro e frequentemente usada na concepção do Vinho do Porto é a Touriga Franca. O uso dos tonéis de madeira antiga começa a cair em desuso, com excepção feita a um ou outro produtor, mas a verdade é que estes “velhos” tonéis podem fazer a diferença num vinho.

Hoje em dia usa-se a madeira nova. Este tipo de barricas são de carvalho francês, americano, russo, ou português, com uma capacidade em geral, de 225 litros.
O vinho do Porto divide-se em três denominações, Vintage, L.B.V. e Tawny. O Vintage é o vinho do Porto mais conhecido, de qualidade superior, produto de uma só colheita, indicada no rótulo, e engarrafado entre o 2º e o 3º ano após a colheita. Têm uma duração média de vida de 50 ou mais anos em garrafa. Impressionante. Os Vintage começam a existir em meias garrafas, o que o permite beber enquanto novo. O L.B.V. é um Tipo de Vinho do Porto tinto, de boa qualidade, com a indicação do ano de colheita e engarrafado entre o 4º e o 6º ano após a vindima. Pode ser bebido em novo. O Tawny é envelhecido em pipa, por isso adquire um tom acastanhado, pode ser bebido logo que é colocado à venda.

Um primeiro cuidado a ter com estes vinhos é na altura de se servir. No Vintage é obrigatório a sua decantação, já no L.B.V. usa-se o seguinte truque, se a garrafa tiver uma rolha de plástico, não se decanta, se tiver uma rolha de cortiça inteira, decanta-se, já no caso dos Tawny, este vinho foi filtrado antes de engarrafado, por isso não necessita de se decantar, mas, por razões estéticas, se o quiser fazer, não perde nada.





O já referido vinho do Porto, foi servido em copos próprios e adequados, a uma temperatura que rondava os 12ºC. Mostrou uma cor, já aproximada do acastanhado, o que denota já algum tempo do vinho em garrafa. Saboroso, adocicado o que faz, certamente que o interesse pelo vinho do Porto, não se desvaneie.
Mas agora impõe-se outra questão. Como conservar o vinho em garrafa, em este perder as suas qualidades? A solução passa por usar rolhas de borracha, ás quais se aplica uma bomba manual que retira o ar da garrafa.


Por último um conselho: Beba com moderação.

By Dona Barbatana

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei particularmente do beba com moderação...